Saturday, May 26, 2007

Agora sei o que quer dizer RADIO BLÁ

O Acústico de Lobão foi, com folga, o projeto mais polêmico que a MTV já lançou. Em meio a críticas à volta do cantor ao sistema contra o qual ele vociferou durante anos, chegou a hora de conferir como fica tudo isso em cima do palco. Lobão começa sua nova turnê neste fim de semana em São Paulo e Rio de Janeiro.

O cantor mostra o Acústico hoje no Via Funchal (RJ) e amanhã no Vivo Rio (RJ) e participou de uma entrevista coletiva na capital paulista para falar sobre os shows, o álbum e o projeto de relançamento de sua obra completa. Clique aqui ou na imagem ao lado para ver o vídeo da entrevista.

Quem for aos shows desse fim de semana deve se preparar para um artista sedento de palco. “Vai ser uma turnê movida a sangue”, ele diz. “Eu não vou querer saber nem se tem público. Quando eu entro no palco, eu entro pra tocar. Eu vou tocar como se fosse a minha última vez”. O repertório não vai ser exatamente o presente no álbum e Lobão confia em sua obra extensa para criar um rodízio de músicas. E pode escapar do formato acústico para incluir no set list músicas que não se encaixam nele.

A satisfação de Lobão com seu trabalho é visível. Ele conta que, ao contrário do que se acredita, a proposta para esse trabalho não partiu da MTV. “Fui eu que telefonei para a MTV dizendo ‘Eu quero fazer uma p*** parada. Qual a melhor coisa que vocês têm aí? Eu quero’”. Liberdade total na escolha do repertório ele garante que teve, e não só. O disco sai como uma parceria entre a Sony e seu selo Universo Paralelo. “Eu estou com uma parceria muito tranqüila e muito dinâmica com a Sony”, afirma. E com o CD numerado: “Eu sempre falei: eu só volto para gravadora se conseguir a numeração. Eu consegui a numeração, estou de volta. Não é contradição”.

Sobre a polêmica da volta ao sistema, ele é taxativo: “Eu estou entrando para modificar um panorama, não só pra fazer um disco. É para inaugurar uma nova era da indústria cultural”. Lobão critica a mentalidade de parte da cena independente que demoniza o sistema. “Eu não acho nem um pouco interessante fazer elegia ao ostracismo, ao anonimato e a carregar amplificador quebrado nas costas. Isso é uma coisa que não deve ser incentivada”. Esta cena contra a qual Lobão se volta agora foi seu abrigo e sua bandeira nos últimos anos, mas não foi suficiente. “Eu estou fazendo um monte de discos aclamados pela critica que não têm compradores. Minha função agora é mostrar ao grande público que não estou parado”.

O cantor comemora o fato de “Vou te Levar”, primeira faixa de trabalho do Acústico, estar entre as dez mais tocadas no país sem se importar com o fato de ela ter ido parar lá graças ao dinheiro da gravadora: “Eu quero que se f*** se é jabá ou não é jabá. Eu tenho todo o direito de entrar ali”.

Lobão completa 50 anos em 2007 e quer fazer um balanço. O principal fruto disso será o relançamento de toda a sua discografia, primeiro em uma caixa para colecionador e também em versão vinil, tudo remasterizado. O lançamento disso vai depender de Lobão ter tempo para trabalhar nos outakes das gravações desses álbuns e da duração da turnê do Acústico. “Eu estou encarando tudo isso como um fechamento de um ciclo, por isso não botei nada inédito. Pode ser que no ano que vem eu nem seja mais músico, mas eu faço questão de mostrar para todo mundo ‘Ó, meu trabalho é esse aqui, está disponível em todas as lojas do ramo. Esse sou eu, yo soy Lobon’”.

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