Friday, August 01, 2008

CRÉU - Velocidade 6]

Atlético é humilhado no Rio e sofre goleada por 6 a 1 (31/07)

Time de Alexandre Gallo segue seu calvário no Brasileirão e volta a se aproximar da zona de rebaixamento


Paulo Sergio/ Lancepress

Leandro Amaral marcou o 5º gol do Vasco


Derrotas, goleadas e muita humilhação. A rotina de fracassos do Atlético no ano de seu centenário teve mais um fatídico capítulo nesta quinta-feira. Jogando em São Januário, o Alvinegro foi impiedosamente goleado pelo fraco time do Vasco por 6 a 1, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. A derrota custou o emprego do técnico Alexandre Gallo, demitido logo após a partida. Os gols do time da casa foram marcados por Edmundo, Eduardo Luiz, Madson, Wágner Diniz, duas vezes, e Leandro Amaral. O atacante Jael descontou para o Galo.

As incontáveis falhas do setor defensivo foram determinantes para a terceira goleada sofrida pelo Galo no Brasileirão. Além dos erros da zaga, o goleiro Edson esteve em uma péssima noite, falhando em pelo menos dois gols da equipe cruzmaltina. O restante do time também não produziu praticamente nada.

Com mais um resultado negativo fora de casa - o sexto em nove jogos - o Alvinegro voltou a se aproximar perigosamente da zona de rebaixamento. O clube caiu para o 15º lugar na tabela, com 18 pontos, apenas um a mais que o Goiás, 17º colocado.

Na próxima rodada, o Atlético recebe o Sport em Belo Horizonte, domingo, às 18h10. Já o Vasco vai ao Morumbi encarar o São Paulo.

Primeiro tempo

As duas equipes iniciaram a partida mostrando porque figuram na parte de baixo da tabela. Esbarrando nas evidentes limitações técnicas, Galo e Vasco erravam muitos passes no meio-campo e a bola praticamente não chegava aos atacantes. Logo aos 4 minutos, a equipe cruzmaltina perdeu Byro, que se contundiu após dividida com Petkovic. Marquinho entrou na vaga do meia.

Apesar do fraco futebol apresentado até então, o Vasco conseguiu inaugurar o placar aos 12 minutos, contando com uma enorme colaboração de Edson. Após cruzamento da esquerda, o goleiro saiu muito mal do gol e a bola sobrou limpa para Edmundo que, com tranqüilidade, aproveitou a meta vazia para mandar a bola para o fundo das redes.


Maurício Val/VIPCOMM

Edmundo e Wágner Diniz se destacaram


O Atlético não se abateu com mais um gol sofrido antes dos 15 primeiros minutos e conseguiu dar o troco rapidamente. O centroavante Jael recebeu pela esquerda, driblou dois adversários e bateu forte. A bola ainda desviou na zaga vascaína antes de entrar no ângulo esquerdo de Roberto.

O Vasco não deixou barato e voltou a comandar o marcador aos 24. Edmundo cobrou escanteio pela esquerda e o zagueiro Eduardo Luiz subiu mais que Vinícius para completar de cabeça.

A partir daí o Atlético baixou a guarda, tornado a missão vascaína mais fácil. Aos 34, Madson fez boa jogada pela esquerda e bateu colocado. Pessimamente colocado, o camisa 20 do Atlético falhou mais uma vez: Vasco 3 a 1.

Completamente atordoado, o Galo fez apenas número nos minutos finais do primeiro tempo, sem levar qualquer perigo ao gol de Roberto. O Vasco ainda teve duas boas chances em cobranças de faltas, ambas com Edmundo, mas não conseguiu aproveitar.

Segundo tempo

Em menos de dois minutos o Vasco tratou de sepultar qualquer pretensão do Atlético na partida e concretizou a goleada. Após cruzamento da esquerda, o lateral-direito Wágner Diniz fez o papel de centroavante e, de dentro da área, bateu forte, sem chances para Edson.

Aos 6, foi a vez de Leandro Amaral deixar o seu gol. O incansável Wágner Diniz fez boa jogada pela direita e cruzou na medida para o centroavante marcar o quinto tento cruzmaltino.

Atônito, o time de Alexandre Gallo não esboçava qualquer reação. As entradas de Francis e Raphael Aguiar em nada mudaram o panorama da partida. Aos 15, Edmundo fez lindo passe para Wágner Diniz. De frente para o gol, o ala teve tranqüilidade para marcar o segundo dele no jogo.

Depois disso, o Vasco mostrou-se satisfeito com o resultado e tirou o pé do acelerador. O Atlético, por sua vez, esperava o tempo passar para que o martírio chegasse logo ao fim.
VALEU Márcia !!!!

Mulher põe maiô para se refrescar na Praça Raul Soares


Curtir o céu azul sem nuvens do inverno e se bronzear no sol, na canga estendida sobre o chão, ao som de música clássica, apreciando a água em suas formas dançantes. Para uma designer de sapatos e bolsas de Belo Horizonte, a cena, comum em praias e clubes, se encaixa perfeitamente na paisagem urbana. Há duas semanas, Márcia Amaral aproveita o início das tardes bem ao lado do prédio onde mora: na Praça Raul Soares, no Centro da capital. Ela abandona a vista do 28º andar do Condomínio JK das 12h às 14h, veste um biquíni ou maiô, põe os óculos escuros e se posiciona lá embaixo, perto da fonte ligada. Se a música for Bolero de Ravel, com toda a sua grandeza, o entusiasmo é ainda maior.

Veja outras fotos do banho de sol inusitado

“Queria que as pessoas aproveitassem esse espaço, que as crianças brincassem e as famílias fizessem piquenique. A praça está linda. Por que não usá-la? Se o povo não cuidar e não ocupá-la, será de novo o lixo de antes, tomada por mendigos e desocupados”, diz. “Não faço loucura, sei até onde posso ir. Poderia aproveitar a piscina na casa da minha mãe, que mora em frente ao shopping, em Lourdes, mas eu adoro a Raul Soares. Trabalho enquanto estou aqui, pelo celular, e ninguém sabe que estou tomando sol”, afirma.

O hábito, comum em países da Europa, não agradou a algumas pessoas. Quarta-feira, o banho de sol foi interrompido depois de uma denúncia anônima e a Polícia Militar e a Guarda Municipal foram chamadas. “Em vez de procurar bandidos, mandaram três viaturas, uma moto e uma bicicleta atrás de mim, mas muita gente me defendeu”, conta. O incidente terminou de forma pacífica e, ontem, estava Márcia de novo, pela manhã, na grama. Depois do ritual, foi novamente abordada pela Guarda Municipal e informada sobre a Lei Federal 9.605/98, de crimes ambientais. O artigo 49 prevê punição de um a seis meses de prisão ou multa a quem prejudicar ou danificar planta ornamental em logradouro público.

O fato de não poder mais ficar na grama desagrada a Márcia, que terá, agora, de se sentar nos bancos da praça ou estender no chão a canga ou cadeira estampada. “Eu não posso, mas os mendigos e as madames que deixam os cães fazerem cocô em via pública podem”, reclama.

O major Francisco Eduardo Monteiro, da Guarda Municipal, informou que a situação é inviável para os padrões do local. “Se permitirmos, daqui a pouco teremos dezenas de pessoas na grama e a vegetação será danificada. Aqui é jardim e não foi adequado para isso. Há áreas específicas, como os parques Municipal e das Mangabeiras”. Segundo o major, placas serão instaladas para orientar os freqüentadores. Quatro guardas por turno, que se revezam na vigilância do local, também avisam os pedestres. Acrescentou que tomar sol em trajes de banho não é considerado atentado ao pudor e não é crime, desde que fora da grama.

Na praça, a cena chama a atenção. A universitária Áurea Gonçalves, de 20 anos, diz que não faria o mesmo que a designer, pois tem vergonha: “Mas a praça é pública e se você se sente bem e não se importa, não há problema”. A doméstica Terezinha Aparecida dos Santos, de 48, também acha natural: “Não está errado e não incomoda ninguém”.